Quando chega a hora

Muitas vezes é triste, mas tudo na vida tem um fim. Lamentável ver alguém que você gosta, ou tem um sentimento especial, ir embora, mas essa hora sempre chega.
Olho o jogo do Internacional confortavelmente em minha cadeira favorita, tomando um chimarrão bem feito, na maior tranquilidade, aguardado o meu time emplacar a quinta vitória. Antes do início, vejo que Taison vai para o jogo, isso me agrada, pois faz tempo que quero ver esse guri jogando nessa função. Começa, o Inter vai para cima, tem um maior domínio de bola e eu feliz pensando "hoje vai dar". Todos jogam bem parece que seria outro chocolate. Ricardo Lopes cruza e o zagueiro faz contra. Agora não me resta dúvida, vai ser um "banho de bola". Quando de repente, não mais que de repente, uma bola boba, fácil, Clemer sozinho, lance que com certeza não acontecerá nada, porém, inexplicavelmente, ele faz uma "defesa em dois tempos", aí complicou. O zagueiro Índio está no chão e a bola bate em cima de sua perna e entra, nem nas redes a bola toca pois foi sem força alguma. O jogo empata e aí o Coritiba cresce, faz dois e as porteiras se abrem. Não vou comentar aqui a postura do time, tanto tática, técnica ou física, pois foi sofrível.
Para mim o lance do gol de empate foi marcante. A falha desmobilizou a equipe totalmente, tudo ficou bagunçado e o Coritiba tomou conta.
O Clemer foi, na minha geração, um ídolo. O goleiro que ganhou os maiores títulos do Internacional, mas se ele fosse mais inteligente aceitaria a condição que a idade impõe. Seus reflexos já não são mais os mesmos, suas saídas de bola, há muito tempo vem deixando os torcedores de cabelo em pé. Ele já está passando da hora de se aposentar, principalmente para que não seja lembrado como um frangueiro, e sim, como o confiável goleiro Campeão do Mundo.