Atribuíram a Charles de Gaulle a lendária frase: "O Brasil não é um país sério". Pois já nos anos sessenta, este célebre líder francês conseguia interpretar com perfeição a mentalidade deste país. E os números não mentem. Estudo recente realizado pela Ordem dos Parlamentares do Brasil (OPB) revelou que, entre os anos de 1989 e 2005, a movimentação ilícita de recurso ligado a campanhas eleitorais chega a R$ 5,8 bilhões. Só para se ter uma idéia, o esquema que mais desviou recursos foi o do "valerioduto". De 1997 a 2005, R$ 2,6 bilhões teriam saído dos cofres públicos, para financiar campanhas eleitorais de forma ilegal no Brasil. O documento aponta ainda, como primeiro "grande escândalo" no financiamento das campanhas, o esquema PC Farias que teria movimentado ilicitamente R$ 708,75 milhões. Em 1993, os Anões do Orçamento desviaram dos cofres públicos R$ 101,250 milhões. A máfia dos vampiros atuou de 1998 a 2004. Segundo o estudo da OPB foram desviados R$ 2,3 bilhões. O escândalo dos bingos, em 2004, contribuiu para a conta com R$ 1 milhão. Por fim, em 2006, a máfia dos sanguessugas desviou a quantia de R$ 100 milhões.
Não tenho idéia de quantas universidades, hospitais, casas populares, escolas, creches e investimentos poderiam ter sido feitos com essa grana toda. A verdade é que se Charles de Gaulle realmente disparou a famosa frase, ele estava coberto de razão. E o que chama mais a atenção é que os principais mentores, dos principais esquemas continuam no poder e continuam representando o povo e a nação como se fossem sinônimos de dignidade e honestidade.
Se já não basta a violência instaurada neste país, a corrupção vem para corroer ainda mais a úlcera do povo brasileiro, que quando se depara com números dessa grandeza e os compara ao seu salário no fim do mês só pode pensar uma coisa mesmo: "O Brasil DEFINITIVAMENTE não é um país sério".
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