sábado, 23 de junho de 2007

Carlos Lamarca

Alô! Aqui quem fala é um brasileiro! Quando tomei conhecimento, esta semana, a respeito de que a Comissão de Anistia concedeu indenização de R$ 300 mil à viúva e aos dois filhos de Carlos Lamarca, morto em 1971, como compensação pelos dez anos em que estiveram exilado em Cuba, eu fiquei horrorizado. Indenizar a família de um traidor, assassino, ladrão e seqüestrador foi o ápice do absurdo. Não contente, a comissão também aprovou uma promoção especial para o ex-capitão do Exército. Pela decisão, a viúva do guerrilheiro terá direito a receber uma pensão equivalente à de um general-de-brigada (R$ 12 mil).
Relembrando: Carlos Lamarca era capitão do Exército quando desertou das Forças Armadas levando consigo 70 fuzis 7,62, além de munição, granadas e outros artefatos militares, para ingressar na guerrilha, na qual foi um dos mais ativos militantes da oposição ao regime militar. Lamarca liderou várias ações guerrilheiras, como assalto a bancos, seqüestros e execução de pessoas que serviam à repressão, entre as quais um oficial da Polícia Militar paulista capturado em combate. Este trecho do Manifesto da Vanguarda Popular Revolucionária, de setembro de 1970, explica, um pouco, o espírito baderneiro e criminoso de Lamarca e seu bando:

"Num rápido envolvimento cercamos o inimigo. Houve um tiroteio intenso, nos seus intervalos os gritos dos inimigos feridos prenunciavam a derrota iminente. Após cinco minutos exigimos a rendição, que foi aceita incontinente, sem exigências. O herói que querem fazer do tenente Mendes, não existiu.
[ O julgamento ] Perguntado por que a Polícia Militar espancava operários e massacrou operários na greve de Osasco, respondeu que grevistas e desempregados são vagabundos, e não respondeu quando perguntamos sobre a miséria que tinha visto no campo, e particularmente no nordeste.
Foi julgado e condenado por ser um repressor consciente, que odiava a classe operária - por ter conduzido à luta seus subordinados que não tinham consciência do que faziam, iludidos em seus idealismos de jovens, utilizados como instrumento de opressão contra o seu próprio povo, iludindo os jovens, ensinando-os a amar a farda, quando deveriam amar o povo - por ter rompido com a palavra empenhada em presença de seus subordinados - por ter tentado denunciar a nossa posição.
A sentença de morte de um Tribunal Revolucionário deve ser cumprida por fuzilamento. No entanto, nos encontrávamos próximo ao inimigo, dentro de um cerco que pode ser executado em virtude da existência de muitas estradas na região. O tenente Mendes foi condenado a morrer à coronhadas de fuzil, e assim o foi, sendo depois enterrado. Não sofreu qualquer violência ou ameaça antes do justiçamento, nem teve as mãos amarradas."

Carlos Lamarca foi uma vergonha para o Brasil. Esta indenização aprovada pelo governo brasileiro na figura do Ministro da Justiça Tarso Genro é o revanchismo raivoso da esquerda, reminiscente da luta armada e do terrorismo dos anos 70. Lula e seu bando estão metendo a mão nos cofres brasileiros sem nenhum pudor. Vamos indenizar também o tenente Mendes que, no exercício de sua função, foi assassinado a coronhadas de fuzil pelos integrantes do VPR. E todos os outros militares que foram feridos ou mortos pelos revolucionários? E os civis que tiveram seus bancos e estabelecimentos saqueados e roubados por Lamarca e seu bando? Disso ninguém lembra.
Decisão absurda, autoritária e profundamente lamentável.

Um comentário:

Charles disse...

É, absurdo mesmo meu amigo Douglas. Lamarca é uma vergonha para as fileiras do exército, é triste saber que tivemos, em nosso passado, um sujeito como ele ombreando lado a lado com companheiros que acreditavam na prosperidade do nosso exército. Bom, mas vale ressaltar que o salário de General nenhum é nem perto de R$12.000,00. Talvez essa tenha sido a pensão da viúva, na época muitos eram os privilégios que militares tinham a adicionais, talvez em função disso a pensão chegue a tudo isso. Abraços...