sexta-feira, 29 de junho de 2007

A beira do abismo?

Fica humanamente impossível qualificar o governo Lula ao longo deste quase cinco anos de mandato. Aconteceu tudo e mais um pouco.
Diriam, os paranóicos, que tudo isso estava planejado desde os anos 70, auge das ações revolucionárias no país. Época em que a política se confundiu com a farda. Época em que o fuzil comandou o país. Ruim? Bom? Enfim, cada um tem o seu pensamento. Mas e hoje? O que falta acontecer?
Não raro passo pelas ruas da cidade e encontro senhoras e senhores saudosos pela dita Ditadura Militar. "Naquela época não tinha essa gurizada reunida em esquinas fumando maconha".
Pois é, o mundo dos anos 60 era bipolar. Ou se era comunista (URSS) ou se era capitalista (EUA). O planeta acabara de passar por uma guerra violenta em território europeu. Raças, poderes e economias sucumbiram diante da bagunça. Restou a única solução possível aos países subdesenvolvidos: Um governo ditatorial. Toda a América Latina passou por isso (Brasil, Argentina, Chile, etc). Cabe a lembrança que nenhuma força chega ao poder sem o aval do povo.
Hoje, depois do "mensalão", do Bolsa Família e dos escândalos do Senado (Renan Calheiros) um importante quadro se instala (novamente?) no país: A desmoralização dos poderes constituídos. O legislativo brasileiro é uma piada. Com a compra/venda de sentenças, o judiciário também entrou no bolo. O apagão aéreo expôs a Aeronáutica (Forças Armadas) perante a população. As cotas raciais nas Universidades Públicas atiçam os brancos contra os negros e vice-versa. A bagunça é total e geral, ambiente perfeito para uma nova ditadura se instalar.
Diante de tantas atrocidades, da violência, da corrupção, da impunidade, da desmoralização dos poderes, quem é que não vai apoiar um governo totalitário na esperança de acabar com esta avacalhação?
Diriam novamente os paranóicos: "É exatamente isso que o PT quer, uma ditadura de esquerda. Eles desmoralizaram tudo e todos e posam como os salvadores do Brasil". A história está aí para nos contar como foi, cabe a nós moldar a nossa opinião baseada no que aconteceu e no que está acontecendo. Não há como negar que o ambiente instaurado é propício e, quem sabe, em breve, saberemos se os "paranóicos" estão ou não com a razão.

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