Um inspirado comentarista deste blog fez bela referência à acirrada competição que enfrentamos no nosso cotidiano. Concordo. O capitalismo estimula essas coisas e já se firmou em nossa sociedades.
Ouve-se sempre dizer que todas as profissões são honradas, ah, e são mesmo, o único porém é que talvez a nossa sociedade, ou a conjuntura, não pense assim. O que que vale mais hoje, um médico cardiologista ou um professor primário? Os dois desempenham funções importantes e significativas na nossa sociedade, só que um ganha R$ 800,00 por 40h/aula por semana e o outro, R$ 5.000,00 por uma cirurgia. Não adianta argumentar comigo que os médicos trabalham com a vida, e que a vida não tem preço. Isso é um argumento medíocre, capitalista e descarado de uma classe que, por saber da sua importância no contexto, impõe a sua vontade, diante do sofrimento dos outros. Menos, bem menos.
Desse jeito, podemos argumentar também que os advogados trabalham com a liberdade das pessoas e por isso podem cobrar o que quiserem, caso os absolva. Argumento porco, sem fundamento nenhum.
A crítica não é aos médicos ou aos advogados diretamente, mas sim a sociedade como um todo. Essas desigualdades devem ser combatidas na sua raiz e com força. Penso ser inadmissível a diferença de vencimentos entre classes com quase a mesma formação acadêmica. Ou vocês acreditam que um professor universitário graduado em Ciências Sociais, mestrado em Antropologia e Doutorado em Ciência Política estudou menos que um Juiz de Direito? Eu não acredito, ambos estudaram e se dedicaram muito e mereciam uma equivalência salarial. Claro, desempenham funções diferentes, cada uma com suas particularidades e responsabilidades, mas a argumentação é no sentido de que não podia ser tão grande o abismo. Só isso.
Por fim, quero salientar que respeito todas as profissões, sem exceção. Penso que todas deveriam ser valorizadas e respeitadas da mesma forma. Mas cabe a nós, cada cidadão entender isso e praticar isso, só assim as distâncias diminuirão e os profissionais terão o valor que merecem.
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