sábado, 10 de fevereiro de 2007

Profissão repórter

Quando eu era criança, eu queria ser bombeiro, bombeiro militar, desses que apagam incêndios e socorrem as pessoas. Eu tinha uma admiração muito grande pelo fogo, eu achava o fogo a coisa mais impressionante que poderia existir e por essa proximidade com o fogo, eu imaginava que ser bombeiro era uma profissão com o qual eu trabalharia com o fogo diariamente.
Depois eu queria ser rico, não importa em qual profissão, ter dinheiro me bastava. A gente sempre se imagina rico, bem sucedido, casado e feliz no futuro, e eu associava essa riqueza a grandes empresas, executivos, homens engravatados. A minha realidade era outra.
Ser empresário como o meu Pai não fechou muito comigo. Talvez eu tenha ficado traumatizado pelos dias de férias que eu perdia em filas de banco e batendo perna pelo centro de Santo Ângelo fazendo serviço de "office boy" para a empresa do meu Pai. Naquela época (1990-1994) os bancos não disponibilizavam caixas eletrônicos como hoje, tudo era feito no guichê e todo guichê tinha uma fila. Cada profissão exige algo de você e, com 10 anos de idade, eu descobri que para ser "office boy" era necessário muita paciência. Depois de ser o "homem-forte" do meu Pai nas filas dos bancos eu fui promovido a balconista ... é, concordo que não foi uma grande promoção, mas pelo menos eu ficava mais tempo dentro da loja. Mais uma vez aquele serviço não casou comigo, eu precisava de outra atividade.
Pensei em ser músico, tocar violão era uma coisa que eu gostava, mas logo percebi que não conseguiria ser "rico" fazendo isso. Pensei em ser tenista, afinal eu tinha talento, mas só talento não iria me levar a lugar algum, era necessário horas de treinamento físico e técnico para aperfeiçoar os golpes e melhorar o condicionamento físico ... descartei.
Com o fim do 2º grau veio a opção para a universidade. Optei por mediciana, claro, todo médico é rico. A medicina iria realizar todos os meus sonhos infantis, só tinha um problema: o ponto de corte. O vestibular da UFSM não perdoou a minha falta de empenho nos estudos.
Troquei de curso e resolvi fazer Direito. Foram três vestibulares e eu tinha conquistado a minha vaga, mas se toda profissão exige algo de você, o Direito exige muita leitura e capacidade de raciocinar em cima de coisas no campo da filosofia. Não desisti, estou seguindo firme e forte nessa faculdade.
Observando alguns colegas militares na sala de aula, pensei que ser sargento do exército era uma coisa rentável e pouco desgastante. Resolvi ser militar. E se toda profissão exige algo de você, ser militar te exige preparo físico, paciência e abrir mão de vários confortos em detrimento do cumprimento da missão. Pensei que o benefício era maior do que o custo e hoje vejo que não é nada disso, que os dois empatam, as vezes, com o custo sendo bem maior que o benefício, mas não reclamo, tudo o que eu tenho hoje foi a profissão militar que me deu, portanto sou grato.
Mas ainda não encontrei o que eu estava procurando, concordo que as minhas condições eram dificílimas de se encaixarem em algo (dinheiro, pouco trabalho e uma identificação pessoal, ou seja, algo que me dê prazer em fazer), mas eu poderia abrir mão de alguma coisa. Até que .... Descobri! Já sei o que eu quero ser! Eu quero ser JORNALISTA! Claro, como eu não pensei nisso antes, engloba tudo o que eu gosto: comunicação, envolvimento com personalidades, perguntamos porque a profissão exige e não porque somos curiosos e aquela sensação fantástica: "as pessoas ouvem (lêem) o que eu digo (escrevo)". Tá, mas e a grana? Nem todo jornalista é rico. Sinceramente, se toda profissão exige algo de você, a vida te ensina que grana é apenas um detalhe de toda satisfação profissional.

2 comentários:

Anônimo disse...

Bah...,mas esqueceu a fase em que você queria ser o Supermann!!!!!!
tenho até foto das algumas tentativas de vôos...
É mas realmente tenho que admitir que "invejo", a sua capacidade de escrever, de se expressar!
Você escreve textos grandes, mas muito agradáveis de se ler, que acabam se tornando pequenos,pq terminamos de ler e se tivesse mais 2,3,4,5 parágrafos, não teria problema, já prenderam a nossa atenção... ficamos com vontade de ler até o fim, tudo, tudo, tudo...(né Chalinho)!!!
Seus textos são ótimos, quando os leio tenho q impressão de que estou te ouvindo falar...
Sei que a minha opinião é suspeita, mas acho que se a profissão já está escolhida... TALENTO você tem de sobra!!
Ah se precisar de uma secretária para agendar entrevistas...

Bjux Lidi

Anônimo disse...

Bem-vindo ao clube, então... Boa sorte!
Abraços,
Carlos (trabalha nesta sexta, neste domingo, na segunda, na terça gorda e na quarta-feira de cinzas!!!)