O bom do verão, parte 2

O verão também é bom para pescar traíras em barragens. Com o calor elas saem mais para comer, o que resulta sempre numa boa pescaria.

Certa feita fui pescar, no inverno, e não consegui fisgar nenhuma traíra. O saldo foram seis jundiás, os populares "peixes-sovacos" devido ao maravilhoso odor que eles emanam quando estamos retirando suas vísceras.

Fiquei curioso diante de tal fenômeno. Eu já tinha pescado naquele local, eu sabia que tinham muitas traíras naquela barragem. Porque só jundiás?

Resolvi fazer uma experiência. Fui num açude de um amigo e pesquei uma traíra, que na época, Páscoa de 2008, media uns 15 cm. Retirei o anzol com cuidado e a pus num balde com água. Em casa, a coloquei no meu aquário. Comecei a observar o seu comportamento. Fui a alimentando com pequenos lambaris congelados, e fui observando a sua evolução e o seu crescimento. Uma experiência fantástica que me fez entender porque naquela pescaria, naquele inverno, eu não fisguei nenhuma traíra. A conclusão é simples. As traíras diminuem consideravelmente suas atividades metabólicas no frio. Entram numa fase de hibernação. Não comem. A Maurren (nome da minha traíra em homenagem à medalhista olímpica brasileira Maurren Maggi), no inverno, chega a ficar 10 dias sem comer, até mais. Por isso que ninguém consegue pescar traíras no inverno gaúcho.

Hoje a Maurren tem uns 30 cm e deve pesar 1,2 Kg. Alimenta-se perfeitamente e está muito adaptada ao aquário. Faz parte da família.