quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Campeonato Brasileiro

Continuo apostando que nem Grêmio nem Inter alcançarão a vaga para a Libertadores 2008. Parece óbvio dizer isso agora, mas ainda faltam muitas rodadas e matematicamente ambos têm amplas condições de classificarem-se.
Ontem, depois do Tricolor amargar mais uma derrota no campeonato e do centroavante Marcel ter perdido, pelo menos, dois gols feitos (fora o pênalti contra o Fluminense), ele justificou-se, dizendo: "O gol não está saindo, tenho que ter paciência e seguir trabalhando. Vou balançar as redes na hora certa". Pergunta de seleção - Existe uma hora errada para marcar gols numa partida de futebol? Quer dizer, ele ainda não marcou porque se o fizesse poderia estar prejudicando o Grêmio, é isso? Que frase infeliz!
Esse Marcel não é muito mais que o Tuta, não. É seis por meia dúzia.

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Não havia dito, mas ainda está em tempo: o Juventude será rebaixado a Série B.
Eu sei que isso parece mais óbvio, mas eu precisava registrar, só isso.

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SALGUOD TDRAHCROB - Fica ilegível, mas é pooonto do Brasil!

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Punição aos mensaleiros

Depois que o STF recebeu a denúncia contra a quadrilha do mensalão, começo a pensar que punição realmente seria educativa e corretiva para e aplicar nos acusados. Cheguei a conclusão que não adianta prender nenhum deles. Não receberão mais do que 1 anos, ou até mesmo alguns meses de cadeia e isso não nos levará a lugar algum. O negócio é mexer no bolso deles. É a única pena que surtirá algum efeito. De que adianta deixar o José Dirceu preso, com certeza em cela especial, guarnecido pela Polícia Federal e com muitos direitos. O melhor é obrigá-lo a indenizar a Nação numa quantia que seja boa para ambos os lados.
Um exemplo: Eles deve ter umas cinco casas, carros e fazendas. Vende-se tudo, a exceção da casa ou apartamento de menor valor que servirá para ele morar com a família, o resto volta aos cofres do Brasil. Cassa-se os direitos políticos dele por, pelo menos, 15 anos e manda se virar. Isso sim seria uma punição ideal.
Já vimos em casos anteriores que prender não adianta muito. Paulo Malluf é um exemplo. Então a sugestão é mexer no bolso, é ali que dói.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

O limite de cada um

Por Luciana Taddeo

“Por favor, não chega perto, não chega perto de mim” pensei o tempo todo que passei naquele lugar, ainda que tentando aparentar tranqüilidade. Temia a aproximação do homem caolho, a poucos metros de mim que, agitado, gritava palavras indecifráveis, puxando a gola da camiseta pra cima e cuspindo no chão enquanto balançava os braços e a cabeça.
Ele foi o primeiro paciente que vi ao chegar, com um grupo de voluntários, a uma instituição, na Grande São Paulo, que trata de dependentes químicos a pessoas com transtornos mentais. A instituição fica no alto de um morro, em área residencial e é protegida apenas por um portão de ferro. Os internos circulam livremente até um grande jardim bem cuidado em frente à casa.
Fazia sete graus naquela manhã de sábado e nada nos protegia do frio na grande varanda coberta onde desenvolveríamos atividades ocupacionais. Alguns internos caminhavam de um lado para o outro, falando sozinhos; outros, curiosos e tremendo de frio, sentaram-se por perto e alguns poucos se aproximaram para conversar. Um senhor sem dentes e vestindo apenas camisa e shorts, sem aparentar incômodo com a temperatura, tentava falar conosco, mas pouco se fazia entender.
Uma mulher baixa, com óculos de sol no alto da cabeça, envolveu minha face com as mãos e aproximou o rosto do meu. Apesar de seu tato carinhoso, temi uma mordida – talvez pelos vários arranhões ainda com sangue aparente em suas bochechas, talvez pela feição que oscilava entre assustada e agressiva. Ela me beijou e abriu um sorriso, interrompendo brevemente o constante desconforto que me causava seu olhar fixo em mim, que senti me perseguir durante toda a visita.
Tentava afastar o medo e agir naturalmente quando homens sujos de restos de comida ou com a calça molhada, cheirando a fezes e urina, vinham me cumprimentar. Entre muitos deles (a instituição abriga quase 150 pacientes), vi poucas mulheres. Uma delas, com fortes traços indígenas e boa parte do cabelo longo já grisalho – características que destoavam do moletom vermelho vivo, com a estampa “Champ” em letras coloridas, e de seu boné preto do “Baco’s Nightclub” -, juntou-se a nós e, com uma voz grave e muito agradável, entoou versos alusivos a Padim Ciço e Santo Mariano. Queria saber sua história. Perguntei sobre filhos e a resposta foram versos de Luiz Gonzaga:
“Meu cigarro de palha
Meu cavalo ligeiro
Minha rede de malha
Meu cachorro trigueiro
Quando a manhã vai clareando
Deixo a rede a balançar
No meu cavalo vou montando
Deixo o cão a vigiar
Cendo um cigarro de vez em quando
Pra esquecer de pra alembrar
Que só me falta uma bonita morena,
Pra mais nada me faltar
Que só me falta uma bonita morena,
Pra mais nada me faltar".
— Sua vaca! Cachorra! Descaraaaada! – uma voz feminina mais aguda atravessou a cantoria. Olhei e disfarcei. Sentada de pernas cruzadas a menos de um metro de nós, uma mulher de cara redonda e cabelo curtinho gritava suas aflições, voltada para o grupo, mas sem alvo específico. Evitei seus olhos para que sua raiva não se personificasse em mim.— Piranha que roubou meu homem! Vagabunda! – continuou, com gestos agressivos. Nem parecia a mesma pessoa que, mais tarde, se agarraria a um dos voluntários com quem dançava as músicas cantadas pelos internos no videoquê.
Enquanto alguns pacientes cantavam e dançavam, envoltos por uma fileira de outros em cadeiras de rodas, a maioria pintava desenhos em papel sulfite nas longas mesas de refeitório localizado no lado esquerdo da varanda. Aproximei-me de um garoto de vinte anos e escutei sua conversa com uma das voluntárias. Chegara ao nível mais avançado de depressão, ouvia vozes e emagrecia rapidamente.
— Vou morrer, estou sentindo meu corpo parar – dizia.
— Imagina, você tá ótimo, pintando super bem. Isso é coisa da sua cabeça – argumento.
— É verdade, eu sinto que ele está parando de funcionar.
Às vezes, me distraía da conversa para olhar para uma moça esguia, que tremia muito. Tinha olheiras escuras, olhos arregalados, semblante sério e cabelo desarrumado e andava de um lado para o outro, sem se acomodar em nenhum lugar. Tentei puxar assunto, mas não me respondeu. Perguntei sobre ela ao garoto.
— Era viciada em drogas e afetou a cabeça.
— Ela fala?
— Sim, mas muito pouco – dizia ele, que logo voltava a falar de si.
— Você tem orkut? Eu gostava tanto de mexer no orkut! Olha, esse é meu nome, me acha lá e você vai ver como eu era diferente.
Um senhor sereno me contou que a “vaca” da sua mulher o tinha botado lá e roubado sua casa, que ficava no endereço tal e ele mesmo havia construído.
— Lúcido aquele senhor! – comentei com a supervisora do abrigo.
— É sim, mas temos que tomar cuidado com o que eles contam. Parece que ele maltratava muito a família, que não quer saber dele. A maioria dos problemas é causado por alcoolismo. Eles são encontrados na rua, tratados no hospital e trazidos para cá.
Durante o tempo em que fiquei na instituição, meus temores dividiram espaço com o remorso. Lavei minhas roupas só depois de usá-las mais uma vez para provar para mim mesma que não tinha nojo.
— Você não precisa se sentir assim. Não é preconceito, mas o limite de cada um – disse minha terapeuta naquela semana.
Com freqüência lembro de cenas como a da mulher magrinha e tímida, que usava meias listradas em preto e branco até o joelho com sandálias havaianas cor-de-rosa, e encostada na parede observava o movimento; a linda senhora com compridos cabelos brancos e olhos muito azuis, que tinha esparadrapos no rosto tapando os arranhões que levou da cantora pernambucana em uma disputa pelo quarto; e a do homem com cara de turco pedindo cigarro por meio de gestos cada vez que passava por mim, impaciente, como se eu tivesse e não quisesse lhe dar.
Não voltei mais ao local.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Julgamento de um Soldado

Um Soldado colocou-se de pé diante de Deus, pronto para a última inspeção pela qual teria que passar, desejando que, assim como a fivela do cinto e os emblemas de metal, também seus coturnos estivessem a brilhar e seu uniforme impecável.
- Um passo a frente, Soldado! Como vou fazer contigo? - Questionou Deus.
- Fostes fiel à Igreja? Deste o outro lado da face ao inimigo?
O Soldado se perfilou e respondeu:
- Não, não Senhor! Nós que andamos armados, nem sempre podemos ter amor. Na maioria dos domingos eu estava de serviço. Na Igreja não fui, não Senhor. Em muitos momentos eu falei de modo impuro. Existiram situações em que fui violento, pois meu mundo me exigia isso. Mas nunca guardei um tostão que a mim não pertencesse e quanto mais uma conta se acumulava, aos trabalhos extras eu me dedicava, e de minha família me afastava. Mas as vezes, Senhor me perdoa, eu chorei por coisas à-toa e por dores dos outros. Reconheço que não mereço ficar entre os que já estão em Seu meio, que jamais me quiseram por perto, a não ser quando sentiram receio. Se tiver um lugar para mim, como nunca consegui muito mesmo, luxuoso não precisa ser. E caso não haja nenhum, eu saberei entender.
Fez-se silêncio em redor do Trono, onde os Santos passeavam, e o Soldado esperou o veredito do Senhor.
- Teu corpo serviu com alma e coração. Fez-te escudo para o próximo. Portanto, anda em paz pelo Paraíso ... Inferno já foi tua Missão.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Democracia indigesta

Conversei, esses dias, com um professor aposentado de engenharia da UFSM. Este senhor é chileno e chegou no Brasil no fim dos anos 70. Após mais de 20 anos em nosso país, disse-me o seguinte:
"Em 1978, quando cheguei aqui, o governo brasileiro era militar, mas eu tinha segurança ao andar nas ruas e consegui emprego facilmente na universidade, o único problema era que a imprensa não tinha liberdade de expressão. Hoje, a imprensa é livre para dizer o que bem entender, mas não se consegue emprego tão facilmente e as ruas estão perigosíssimas. O que me importa saber o que acontece aqui ou ali, se não posso trabalhar nem ter segurança? Acho que a democracia não fez bem ao Brasil".

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Apostas

Acredito que não teremos equipes gaúchas na disputa da Taça Libertadores da América 2008. Ambas dependem de suas classificações no campeonato brasileiro deste ano para alcançar a tão cobiçada vaga. E parece que o objetivo está cada vez mais longe.
O Grêmio buscou importantes pontos fora do Olímpico. Venceu o Atlético-MG e o Náutico em jogos que poderia ter empatado, mas, por outro lado, deixou escapar vitórias incríveis dentro do seu estádio. Os empates contra Palmeiras, Atlético-PR e as derrotas para o São Paulo e Corinthians, este último jogando em SP, mas vencendo até os 36 min do 2º tempo, não poderiam ter ocorrido para uma equipe que quer figurar entre as quatro melhores da competição.
O Inter segue irregular. Vence aqui e ali, mas sempre tropeça quando precisa mostrar que é superior e que também quer uma vaga na Libertadores do ano que vem. As derrotas para o Juventude e Vasco não poderiam ter ocorrido nas circunstâncias em que ocorreram. Talvez a mudança de treinador, agora, dê novos ares de vitória no Beira Rio, mesmo sendo este o mesmo treinador que não conseguiu passar da primeira fase da Libertadores e do Campeonato Gaúcho deste ano.
Se eu pudesse apostar, apostaria que o colorado está em melhor ambiente que o rival. O returno começa como sendo um novo campeonato para o Inter e isto o põe em vantagem. Acredito que o colorado termina o campeonato na frente do Grêmio e que o São Paulo será o campeão novamente. Tudo são apostas, apenas apostas.

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Paranóia (Post Nr 100)

Com a absolvição do atleta Dodô, do Botafogo, no caso de dopping, começo a pensar que estou ficando muito paranóico. Lembro que neste mesmo campeonato brasileiro, o Grêmio iria enfrentar o Santos, na Vila Belmiro, com os portões fechados, mas dias antes da partida, o STJD voltou atrás na punição ao time santista e o enfrentamento se deu com presença de público em SP.
Claro que é paranóia minha. O jogador Alex Alves do Juventude foi enquadrado no mesmo artigo que Dodô, a diferença é que Alex Alves joga pelo Juventude, um pequeno time do interior do RS, enquanto Dodô é a estrela de um recente líder do campeonato, além da equipe ser carioca, o que, claro, não quer dizer nada. Moral da história: Dodô foi absolvido do caso de dopping e Alex Alves continua cumprindo a sua pena.
Jogaram um tênis dentro do campo de jogo no Estádio Olímpico, em 2004, e o decadente time do Grêmio assinou o seu rebaixamento à série B do Brasileirão daquele ano tendo que enfrentar seus adversários no interior do estado. Paranóia, tudo paranóia!
O Internacional estava disputando ponto a ponto com o Corinthians o título de campeão brasileiro de 2005, quando o "Dr Sveiter" resolveu anular 11 jogos apitados pelo Edílson Pereira de Carvalho, o que acabou dando a chance ao Corinthians de reconquistar pontos preciosos para a conquista daquele título. Isso sem contar o lance capital no confronto direto entre Corinthians e Inter, em SP. Um pênalti claro foi sonegado aos gaúchos e, ainda por cima, Tinga foi expulso por simulação.
Mas, óbvio, que tudo isso é paranóia minha. Estamos num país onde o Estado Democrático de Direito prevalece e já não existem mais as oligarquias do centro do país seja na política, seja na economia, seja no esporte. Paranóico ou não, continuo achando que há algo de podre neste império do Eixo RJ-SP.

sábado, 4 de agosto de 2007

O povo brasileiro

O BRASILEIRO É TRABALHADOR ...
Brasileiro é vagabundo por excelência. O brasileiro tenta se enganar, fingindo que os políticos que ocupam cargos públicos no país, surgiram de Marte e pousaram em seus cargos, quando na verdade, são oriundos do povo.
O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado ao ver um deputado receber 20 mil por mês, para trabalhar 3 dias e coçar o saco o resto da semana, também sente inveja e sabe lá no fundo que se estivesse no lugar dele faria o mesmo.
Um povo que se conforma em receber uma esmola do governo de 90 reais mensais para não fazer nada e não aproveita isso para alavancar sua vida (realidade da brutal maioria dos beneficiários do bolsa família) não pode ser adjetivado de outra coisa que não de vagabundo.

O BRASILEIRO É HONESTO ...
Hoje é uma qualidade em baixa. Se você oferecer 50 Euros a um policial europeu para ele não te autuar, provavelmente irá preso. Não por medo de ser pego, mas porque ele sabe ser errado aceitar propinas.
O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado com o mensalão, pensa intimamente o que faria se arrumasse uma boquinha dessas, quando na realidade isso sequer deveria passar por sua cabeça.

O BRASIL É DEMOCRÁTICO ...
Num país democrático a vontade da maioria é Lei. A maioria do povo acha que bandido bom é bandido morto, mas sucumbe a uma minoria barulhenta que se apressa em dizer que um bandido que foi morto numa troca de tiros, foi executado friamente.
Num país onde todos têm direitos mas ninguém tem obrigações, não existe democracia e sim, anarquia. Num país em que a maioria sucumbe bovinamente ante uma minoria barulhenta, não existe democracia, mas um simulacro hipócrita. Se tirarmos o pano do politicamente correto, veremos que vivemos numa sociedade feudal: um rei que detém o poder central (presidente e suasMPs), seguido de duques, condes, arquiduques e senhores feudais (ministros, senadores, deputados, prefeitos, vereadores). Todos sustentados pelo povo que paga tributos que têm como único fim, o pagamento dos privilégios do poder. E ainda somos obrigados a votar.

O BRASILEIRO É ALEGRE ...
Fazer piadinha com as imundices que acompanhamos todo dia é o mesmo que tomar bofetada na cara e dar risada.
Depois de um massacre que durou quatro dias em São Paulo, ouvir o José Simão fazer piadinha a respeito e achar graça, é o mesmo que contar piada no enterro do pai. Brasileiro tem um sério problema. Quando surge um escândalo, ao invés de protestar e tomar providências como cidadão, ri feito bobo.